domingo, julho 13, 2014



O Papel atual do Psicopedagogo.


A Psicopedagogia, embora ainda não regulamentada no Brasil, é uma ciência que tem interesse no processo do conhecimento e suas dificuldades. (Bossa, 2000). Dessa forma, o objeto central do psicopedagogo é a aprendizagem humana juntamente com seus padrões evolutivos normais e patológicos, bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento.
É uma área que vem sendo constituída por vários profissionais de várias áreas do conhecimento (pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos), embora cada uma dessas profissões tenha abordagens de atuações diferentes.
Porém, o psicopedagogo tem que agregar conhecimentos diversos para que possa conhecer o sujeito nos aspectos pedagógicos, linguístico, estratégico e emocional, permitindo assim conhecer as causas que interferem neste momento da aprendizagem.
No processo diagnóstico cabe a este profissional obter dados necessários para compreender o significado da inabilidade momentânea ou do distúrbio. Dentro desta proposta cabe compreender como o sujeito é visto e integrado nos diferentes ambientes, e o que cada um espera deste, e o que ele espera de todos neste momento de fragilidade e olhares, com diversas interpretações que são demonstradas por amigos da família, e de todo um contexto do qual está vivenciando.
Ter no momento uma falha pedagógica, ou possuir um distúrbio, e mesmo ser um sujeito especial como são classificados, é estar no momento com inabilidades pedagógicas. Cabe ao psicopedagogo entrar em contato com tais dificuldades para que possa construir junto com este sujeito a sua ressignificação.
O aprender a ler e escrever, ou até o interpretar, faz parte do sujeito que aprende, de sua esfera enquanto demanda do desejo e produto de conhecimento que é outorgado pelos pais, professores e pelos próprios indivíduos.
Estar em um contexto diferente do desejo da família é ser diferente, é ser rejeitado pelos seus amigos, colegas e até mesmo pelos professores de sala de aula. É estar exposto ao negativo, levando-o a construir a sua ineficiência, e garantindo a sua baixa estima.
Cabe a este profissional ser parceiro, e não apontar ao sujeito a sua   não aprendizagem, que muitas vezes está camuflada, velada. Este momento cabe um olhar diferente, e de mostrar que o psicopedagogo está ali para auxiliar, para encontrar um caminho ímpar, para que possa trilha-lo com tranquilidade.
Estes sujeitos sofrem de desesperança, sofrem de descredibilidade, de ser e de aprender. Quando são amparados por um profissional que não os julgue e não aponte a sua falha, o paciente passa a respirar. E a partir desta troca de valores começa a se perceber enquanto sujeito aprendente.
Portanto, não esqueçam, que não estamos criando gênios, e sim seres humanos que apresentam uma estrada diferente, e que precisam de auxilio, de ser ressignificado, olhado, valorizado, abraçado.
O tempo de aprendizagem não é do professor, dos pais, e sim da permissão deste professor, deste pai e da sua humildade em ajudar este sujeito a trilhar num caminho menos obscuro.
O ser humano deve aprender a SER – humilde, amado, compreendido. Para que possa desenvolver o ser EXTRAORDINÁRIO que está dentro de cada um.
Como diz Mahatma Gandhi: “Já que sou imperfeito e preciso da tolerância e da bondade dos demais, também tenho de tolerar os defeitos do mundo até que possa encontrar o segredo que me permita remediá-lo”.

Artigo da Psicopedagoga/ Pedagoga/ Formação em Dislexia e Distúrbio de Leitura e Escrita e Psicanálise. Membro Titular da ABPp.